Moradores da comunidade de Santo Antônio do Itambé realizaram mais uma Assembleia Popular da Mineração a fim de ampliar a discussão e organização frente ao avanço da mineração na região. A Assembleia aconteceu no domingo (24/09) e reuniu moradores das comunidades Botafogo, Queimadas, Taborna, Perobas, Cavalcantes, Canavial, a comunidade do Criminoso, pertencente ao município do Serro, e militantes do MAM de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas.

As comunidades de Santo Antônio do Itambé e Serro são ameaças pelo “Projeto Serro” da multinacional Anglo American, que pretende se instalar no território.

“Já tá faltando água. Imagine se essa mineradora chegar aqui? Não podemos deixar isso acontecer”, afirmou José, morador do Botafogo. Além da escassez hídrica, os moradores temem outros impactos, como os transtornos que podem ser gerados com poeira, barulho, aumento da violência e tráfego de veículos nas estradas, divisão das famílias e enfraquecimento da agricultura familiar. A militante do MAM, Vanessa Rosa dos Santos, contou o histórico de violações e lutas que as comunidades atingidas pelo Projeto Minas Rio, da mesma empresa, vem travando. Alertou também sobre as estratégias das mineradoras quando chegam nos territórios, “elas sempre chegam com muitas promessas,  principalmente de emprego, mas que não se concretizam”.

O encontro contou também com a participação ativa da juventude, com muita animação e apresentação teatral. Os jovens apresentaram a peça “Mineradora CALE: a vida muda!”, elaborada por militantes do MAM em parceria com a Cia Estudo de Cena, durante o I Curso de Introdução ao Problema Mineral Brasileiro.

Além da formação, os participantes traçaram ações para seguirem na luta. Os próximos passos serão a mobilização das comunidades ameaçadas no Serro e ampliar a discussão na zona urbana. Segundo Anízio, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Antônio do Itambé, é preciso também cobrar a posição do poder público. “Os vereadores e a prefeitura devem se manifestar, já que o projeto pode trazer muitos prejuízos para nosso município”, enfatizou.

Comunicação MAM/MG