É com muita preocupação que denunciamos e repudiamos os últimos chocantes fatos ocorridos no Brasil, que caracterizam o fim do Estado democrático de direito. Denunciamos e repudiamos a sentença sem provas e vergonhosa dos três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF 4) na quarta-feira (24/01) contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. A sentença corresponde um julgamento político que tem como objetivo impedir a candidatura da maior força popular da história brasileira e que desponta nas pesquisas eleitorais na liderança da preferência do povo.

Destacamos também nosso repúdio à prisão truculenta de 28 jovens do Levante Popular da Juventude, MST, MPA, MAB e Mídia Ninja, conduzida, na noite de 24 de janeiro, pela Brigada Militar do estado do Rio Grande do Sul com a acusação de formação de quadrilha. Situações como esta caracterizam um Estado Policial comparável somente aos tempos de Ditadura Militar.

E é com muito pesar que nos solidarizamos neste momento com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e familiares do militante Marcio Matos, o Marcinho, que foi brutalmente assassinado, também na noite de 24 de janeiro, na sua casa em frente ao seu filho de seis anos, no assentamento Boa Sorte, Iramaia – Bahia.

Esses fatos não estão isolados. Eles se combinam numa trama que foi deflagrada com a abertura do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff no ano de 2016, encabeçado pela burguesia brasileira, poder judiciário, legislativo e o oligopólio da comunicação brasileira (Rede Globo, Estadão, Folha de S. Paulo) associado às forças imperialistas. O impeachment sem crime de responsabilidade foi um GOLPE contra a Presidenta eleita e contra todo o povo brasileiro. Não há dúvidas para o objetivo do golpe: fechar os espaços democráticos e implantar um projeto de entrega dos nossos bens naturais e intensificação da exploração do trabalho. Para isso, realiza-se um conjunto de medidas que destrói os direitos dos trabalhadores e de entrega generalizada do Brasil para a burguesia imperialista. Levar a frente este projeto de morte exige o fechamento da democracia e aniquilamento da esquerda. O conjunto de fatos ocorridos em 24 de janeiro, não por acaso,  demonstra a crueldade da classe dominante brasileira, especialmente pelo uso explicito da violência fascista contra os trabalhadores e trabalhadoras.

Assim, o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) se levanta em defesa da democracia, e afirma que eleições sem Lula é fraude. Defendemos a legitimidade da candidatura de Lula e nos colocamos contra a tentativa espúria dos setores fascistas e entreguistas de impedir o povo de decidir sobre os rumos do seu país. Sabemos que defender Lula neste momento é ser contra a continuidade do golpe. Condenar Lula é criminalizar quem luta.

E nos solidarizamos com os nossos companheiros de classe que tombaram nesta batalha e aos que resistem. A nossa práxis é o grito pela unidade! E ter a certeza da força do povo na marcha da história, na construção de um projeto popular para o Brasil.

Movimento pela Soberania Popular na Mineração