Nós, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), lamentamos a morte do fundamental Dom Pedro Casaldáliga no último sábado (8), aos 92 anos, em decorrência de complicações agravadas pelo Parkinson. Estamos profundamente tristes, mas permanecemos de mãos dadas, ainda que o momento nos impeça, na esperança de que sua luta não seja jamais esquecida mas, sim, que seja como um fio condutor ao longo do caminho para nós, que permanecemos neste plano, no campo das batalhas e ao lado do povo. Ontem, hoje e sempre.

Bispo emérito de S. Félix do Araguaia (MT), Dom Pedro foi um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O MAM lamenta, em nome de toda a sua militância, a perda deste grande ser humano, transparente nas suas atitudes e extremamente ativo nas causas sociais, que enfrentou ao longo de sua trajetória diversas ameaças e perseguições, vez outra estampadas nas manchetes da grande mídia.

Muito além de sua atuação pastoral, Casaldáliga era um amante das letras, da literatura, produziu poesias e artigos que devem inspirar ainda muitas gerações, as mesmas que também encontrarão no anel de tucum toda sua mística, força e fé pela luta humanitária.

“Este anel é feito a partir de uma palmeira da Amazônia. É sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas. E, as suas consequências. Você toparia usar o anel? Olha, isso compromete, viu? Muitos, por causa deste compromisso foram até a morte.” (trecho da fala de Dom Pedro no documentário “O Anel de tucum”, dirigido por Conrado Berning).

Selemos, pois, nosso compromisso eterno através dessa aliança simbólica. Seremos muitas sementes de Pedro e carregaremos, sob toda circunstância, seu nome em nossa bandeira.

Brasília, 10 de agosto de 2020

Direção e Coordenação Nacional do MAM