Com quantas expressões de horror se faz um governo fascista?
O Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) se solidariza com as mais de 450 famílias Sem Terra que sofreram ordem de despejo neste 12 de agosto de 2020, no Acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, Minas Gerais. A triste coincidência é que hoje é o Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e pela Reforma Agrária, os 20 anos da Marcha das Margaridas e é, também, o Dia Nacional dos Direitos Humanos.

Essas crianças, pais, mães e idosos residiam no local há mais de 20 anos, onde tinham uma rotina frutífera na roça. Cultivando para sua sobrevivência, havia ali produção de café orgânico, hortaliças e, ainda em curso, a construção de uma escola de Agroecologia, para instruir as gerações que cresceram e se desenvolveram ali na região. O MAM, junto a diversas entidades e movimentos sociais, considera qualquer despejo desumano. Na pandemia, então, isso é um crime.

Repudiamos esse e qualquer ato oriundo dos latifundiários e de governos genocidas. Minas Gerais é o estado brasileiro que aplicou menos recursos em saúde durante o combate à Covid-19, segundo relatório da Secretaria de Estado da Fazenda. Ao invés de salvar vidas, o governo de Minas Gerais deixa 450 famílias desamparadas em plena pandemia. Porque sim, há uma pandemia em curso no Brasil e no mundo. E sim, o governador Romeu Zema não só é conivente com esse despejo como autorizou a truculência da Polícia Militar mineira fascista nos atos de expulsão.

Precisamos honrar nossa memória, para não esquecer: Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi assassinada na porta de sua casa, pela mesma lógica latifundiária.

Com quantas expressões de horror se faz um governo fascista?

Coletivo de Comunicação MAM Nacional