Comunidades de Conceição do Mato Dentro (MG), atingidas pelo projeto Minas Rio da Anglo American, realizaram uma manifestação no dia 8 de agosto pedindo um reassentamento coletivo e agora a Anglo tenta criminalizar moradores.
As comunidades rurais atingidas já tem seus direitos tolhidos pela Anglo desde o início das obras da mina e mineroduto, que entraram em operação em 2014. Sofrem com assoreamento e contaminação dos cursos d’água, poluição do ar, aumento da violência do município e desde o rompimento da barragem Fundão da empresa Samarco, sofrem com o medo agravado de um rompimento similar à Bento Rodrigues, em Mariana. As comunidades vivem a poucos quilômetros abaixo da barragem. Em caso de rompimento, elas teriam um tempo ainda menor para se salvarem do que teve a comunidade que ficou absolutamente destruída pela barragem Fundão.
A ação do dia 8 de agosto aconteceu de forma pacífica, com o fechamento da rodovia estadual MG-10. Os moradores atingidos não chegaram a entrar em nenhuma área da Anglo. Fizeram um fechamento de via pública, mas a empresa age como se a rodovia fosse sua propriedade. Os atingidos de Conceição do Mato Dentro afirmam: “não queremos ser uma Bento Rodrigues”.
A Anglo respondeu dias depois de uma forma extremamente truculenta: com ações de interdito proibitório contra alguns moradores. Não é a primeira vez que a empresa faz isso. No ano passado comunidades atingidas pelo projeto realizaram fechamento da mesma rodovia, denunciando os impactos do mineroduto, a falta de água potável e a poeira constante e a Anglo novamente entrou com ações contra a comunidade, que não foram levadas adiante pelo juiz da Comarca.
Agora novamente a Anglo tenta outra ação para limitar a manifestação, intimidar e tentar minar a organização dos atingidos. As comunidades sofrem violações de Direitos Humanos há anos pela implementação deste projeto. E quando decidem exercer um direito legítimo de se manifestar, a Anglo tenta criminalizar o que ainda lhes resta: o direito à manifestação, o direito de se indignar contra os abusos e absurdos que a empresa comete e o direito a buscarem um local de moradia seguro.
Eles não decidiram viver abaixo de uma enorme barragem de rejeitos de minério, a Anglo que decidiu construir uma barragem a poucos quilômetros de suas casas e com a total anuência do Estado de Minas Gerais, que garantiu o licenciamento do projeto.
Pelo garantia do reassentamento coletivo das comunidades à jusante da barragem de rejeitos da Anglo!
Pelo direito de se manifestar livremente!
Pelo direito de auto-organização dos atingidos e atingidas!
Por um país soberano e sério! Contra o saque dos nossos minérios!
Comunicação MAM
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