Comunidades do distrito de Brejinho das Ametistas, no município de Caetité, interior baiano, que vivem em contradição com o projeto da FIOL- Ferrovia de Integração Oeste Leste e com o projeto Pedra de Ferro, se reuniram no dia 19 de agosto para debater os problemas de forma coletiva e apontar alternativas para o desenvolvimento proposto pelos projetos que vem se instalando na região, durante a realização de mais uma Assembleia Popular da Mineração – um debate urgente e necessário.
Desde que chegaram na região, as obras da Ferrovia deixou casas rachadas, alterou estradas e cortou lavouras e áreas de importância para a população, além da desapropriação de famílias e outra série de transtornos para a população. Já o projeto Pedra de Ferro da Mineradora BAMIM praticamente expulsou famílias quilombolas de seus territórios e vai impactar de forma irreversível comunidades e povos tradicionais, animais, plantas e nascentes de fundamental importância para vida na região.
Durante a Assembleia, as comunidades se posicionaram contra os projetos e decidiram unir forças para lutar contra o avanço das obras da forma que está colocada, pois querem ter o poder de decidir sobre a mineração que esta sobre o território que historicamente foi utilizado coletivamente para desenvolver seus modos de vida.
Para Magno da Costa, militante do MAM – Movimento pela Soberania Popular na Mineração, o avanço do Capital, chegando em cada vez mais lugares e em pequenos municípios, é uma das estratégias para aumentar suas taxas de lucros, usando para isso o saque sobre as riquezas, bens minerais e aumentar a exploração sobre o trabalhador. “O que acontece aqui com as comunidades de Brejinho das Ametistas é como um jogo de futebol, onde de um lado está o time da classe trabalhadora, que tem apenas a sua força de trabalho para oferecer, e do outro o time da burguesia que é dona dos meios de produção, ou seja, da BAMIM e quer obter lucro a qualquer custo”, destaca.
Ao final da atividade foram criadas comissões de trabalho com representantes de cada comunidade para continuar a discussão sobre os impactos da mineração na região.
Em Brejinho das Ametistas, a Assembleia foi realizada pelo MAM e com o apoio da Comissão Pastoral da Terra e Sindicato dos Trabalhadores Rurais e contou com a participação de 100 pessoas.
Comunicação MAM/BA
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