A Comissão Regional de Enfrentamento à Mineração na Serra do Brigadeiro planejou para o mês de agosto uma série de atividades para debater o avanço da mineração na região, entre as atividades estão a realização de assembleias populares.
A região da Serra do Brigadeiro, situada na Zona da Mata de Minas Gerais, é conhecida nacionalmente pela sua rica biodiversidade, amplas áreas preservadas de mata atlântica, belezas naturais e uma agricultura familiar consolidada com forte matriz agroecológica. Além disso, a região concentra uma das maiores reservas de bauxita do país, o que tem atraído o interesses de mineradoras.
A Comissão de Enfrentamento à Mineração na Serra do Brigadeiro – articulação que envolve movimentos populares, universidades, sindicatos e pastorais – promete intensificar e radicalizar as lutas para fazer valer a vontade das comunidades e demarcar a região da Serra do Brigadeiro como um território livre de mineração.
De acordo com Luiz Paulo Siqueira, dirigente estadual do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), várias atividades foram realizadas e ainda outras ações estão planejadas, entre elas a realização de uma grande Assembleia Popular no centro de Miradouro. “Realizaremos várias ações neste mês, tendo como um dos focos o processo de construção de assembleias populares da mineração. As assembleias são ferramentas de mobilização e formação do povo para o fortalecimento da organização e construção de lutas contra o capital mineral. Na próxima semana realizaremos uma Assembleia Popular no centro de Miradouro para envolver a população urbana nesse debate tão importante para o município. Convidamos toda a militância, pessoas preocupadas com a temática e interessadas em somar forças nessa empreitada a participar das assembleias populares!”.
A Assembleia Popular no centro de Miradouro será realizada no dia 29 de agosto, terça-feira, às 18h30, na Escola Estadual Padre Alfredo Kobal.
O município de Miradouro, que compõe o território da Serra do Brigadeiro, é uma das cidades ameaçadas pela mineração de bauxita na região. Segundo Gilsilene Mendes, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) a resistência contra a mineradora já acontece há alguns anos. “A mineração sempre foi uma ameaça em nossas comunidades, desde a década de 1980 a empresa tenta enganar o povo e aprovar seus projetos de exploração de bauxita. Não foram poucas as tentativas de comprar a comunidade com reformas de casas, lanches pagos, realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e através de ONG’s fajutas que falavam que a agricultura pode prosperar com a mineração. Sempre resistimos à mineração e continuaremos firmes em defesa de nosso território”, afirma Mendes.
Região em disputa
Todas as comunidades rurais de Miradouro localizadas próximo ao Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB) estão mapeadas para a exploração de bauxita. Segundo Luiz Paulo Siqueira, dirigente estadual do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), várias mineradoras possuem processos requerendo autorização para iniciar a exploração mineral na região.
“Toda a região está em disputa e ameaçada pelo avanço da mineração de bauxita. Várias empresas têm tentado requisitar a exploração mineral, mas a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) é a maior detentora dos direitos minerários, com posse, inclusive, de áreas onde já possui autorização para iniciar a extração” denuncia Siqueira.
Comunicação MAM/MG
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