A mineração na região de Muriaé e a possibilidade da chegada da atividade a Serra do Brigadeiro, incluindo o distrito de Belisário, que tem papel fundamental na produção da água que abastece o município, foi tema de Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Muriaé, na noite desta terça-feira (26).

 

A reunião foi conduzida pelo Vereador Jair Abreu (PT), autor do requerimento para a realização da audiência, e além de vereadores, contou com a presença do vice-prefeito de Muriaé, Marcos Guarino, Polícia Militar do Meio Ambiente e lideranças e representantes de movimentos sociais e entidades de Muriaé e região, como a Comissão Pastoral da Terra, Cáritas Diocesana de Leopoldina, IF-Sudeste, Igreja Católica, Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), sindicatos de produtores da Agricultura Familiar, entre outros. A mineradora CBA, que atua na região, foi convidada, mas não enviou representante.

Entre as diversas participações, incluindo apresentação do professor de Geografia, Lucas Magno, do IF-Sudeste, e falas de Frei Gilberto, de Belisário, Gilsilene Mendes, da cidade de Miradouro – membro da Comissão de Enfrentamento à Mineração, da Cáritas Diocesana de Leopoldina, e do agente da Pastoral da Terra, Reinaldo Barberini, foi unânime o posicionamento contrário à mineração na região da Serra do Brigadeiro.

Com imagens, dados técnicos e projeções, o professor Lucas Magno argumentou que a extração da bauxita produzirá um ciclo de impactos altamente nocivos, não apenas do ponto de vista ambiental, mas também socioeconômico, causando grandes prejuízos nas áreas urbanas e rurais da região de Muriaé, Miradouro e Rosário da Limeira.

De acordo com Lucas Magno e demais participantes, a mineração impactará drasticamente a produção de água e resultará na escassez dos recursos hídricos, inviabilizando a Agricultura Familiar, o que, por sua vez, levará ao êxodo rural.

Fonte: Rádio Muriaé