Movimento de mulheres ocupa ruas em São Paulo pelo fim da PEC 181, conhecida como Cavalo de Troia, e a favor da legalização do aborto
Cinco dias depois da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 181, que criminaliza o aborto em todas as esferas, inclusive em casos de estupro, movimentos feministas protestam em São Paulo na última segunda-feira (13/11). Com concentração no vão do MASP, na Avenida Paulista, o ato seguiu até a Praça Roosevelt, região da República, com duração de quase quatro horas.
O protesto foi intitulado “Todas contra 18”, em referência a votação da Comissão Especial da Câmara do Deputados. Nela, 18 homens votaram para o avanço da PEC, contra a legalização do aborto em todos os casos. Com a presença de movimentos feministas, estudantis e religiosos, o ato seguiu aos gritos de “Legalizar o aborto, direito ao nosso corpo”, “A nossa luta é por respeito, mulher não é só bunda e peito”, “Cadê o homem que engravidou? Por que a culpa é da mulher que abortou?” e “Nem recatada e nem do lar, a mulherada tá na rua pra lutar”.
O avanço da proposta 181 acontece em momento que o número de feminicídios aumenta gradativamente. De acordo com o último Mapa do Acolhimento, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil.
Por conta da criminalização do aborto, mulheres negras e indígenas são as principais vítimas fatais de abortos em clínicas clandestinas. De acordo com a Pesquisa Nacional do Aborto (PNA), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma mulher negra tem 2,5 mais chances de morrer por causa do aborto do que uma mulher branca. Em 2016, ainda de acordo com a pesquisa, 53% das vítimas fatais de abortos eram negras.
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Fonte: Agência Patrícia Galvão / Crédito foto: Daniel Arroyo- Ponte Jornalismo
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