No dia em que se comemora o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, o MAM – Movimento pela Soberania Popular na Mineração, em parceria com a Cáritas Brasileira e Coletivo Margarida Alves, realizaram várias atividades de formação e culturais em comunidade rurais afetadas pelo empreendimento Minas-Rio, da Anglo American.

As atividades tiveram como objetivo fomentar o debate sobre a questão racial e promover ações de valorização da negritude. A comunidade São José do Jassém, composta majoritariamente por população negra, é uma das afetadas pela exploração mineral da Anglo na região.

Para a militante do MAM, Karina Martins, que deu aula pública sobre “Racismo e Dia da Consciência Negra”, as atividades significam resistir e denunciar os desmandos do governo golpista-racista. “Estamos em luta por uma sociedade justa para todos e todas,nossa luta é contra o racismo, o feminicidio, o machismo, a lgbtfobia, o racismo religioso, o genocídio e o encarceramento em massa de pretos e pretas. O Estado, o capital privado e a Anglo, tomam nossos direitos, isolam às comunidades, deixando à população jogada a própria sorte, nos obrigam a viver num ambiente de medo e violência permanente, precisamos lutar, lutar sempre, pois não farão mais de nós pretos e pretas seus serviçais, resistiremos até o fim, para termos nossas vidas dignas”, destacou.

Ainda como parte da programação da atividade, no dia 16 de novembro, foram realizados debates sobre os direitos das comunidades quilombolas e no dia 17 foram realizadas várias oficinas com jovens e crianças, como por exemplo: confecção de bonecas Abayomi, batuques, stencil, lambe-lambe, beleza negra e dança.

Membro da coordenação estadual do MAM em Minas Gerais, Juliana Deprá, destacou que o mês de novembro também deve ser relembrado como mês em que ocorreu o maior desastre socioambiental da história do país. “Não é possível esquecer ainda do racismo ambiental cometido pelas empresas, a medida em que a população primeiramente atingida pelo rompimento da barragem de Fundão da comunidade de Bento Rodrigues, era, majoritariamente, composta por pessoas negras, assim como ocorre com as comunidades que se localizam abaixo da barragem de rejeitos da Anglo American”, frisou.

MAM/MG