Presente no I Encontro Nacional do MAM, a presidenta da CUT de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, destaca o evento como uma importância real na organização da classe trabalhadora para combater o sistema mineral perverso no Brasil.
“Esse encontro é fenomenal, por que ele é uma resposta concreta à todo esse esquema do poder econômico de exploração predatória dos nossos minérios”.
Na entrevista abaixo ela ainda denuncia a super exploração sofrida pelos trabalhadores do setor da mineração.
“Quando as mineradoras querem aumentar sua taxa de lucros, eles diminuem por exemplo os investimentos em segurança operacional, que foi o caso da Samarco em Minas Gerais, negligenciando direitos essenciais”.
Confira!
Golpe e mineração, quem sai ganhando?
Claro, que as mineradoras, o golpe foi contra a classe trabalhadora, tentaram forjar uma falsa ideia de polarização partidária entre PT e PSDB, uma falsa polarização para mistificar o que estamos vivendo. A pauta do golpe é a reforma trabalhista, reforma da previdência, terceirização irrestrita, a PEC 241 (emenda constitucional 95) que congela os investimentos por 20 anos, e um congresso nacional que atua de acordo com os interesses do poder econômico.
A nossa principal tarefa, acho que continua sendo fazer essa disputa de narrativa. Discutindo que foi golpe e contra quem foi o golpe de estado que estamos sofrendo.
Quem é o atingido pela mineração nesse cenário socioeconômico que o Brasil vive?
Todo mundo é atingido por esse modelo predatório de mineração, seja a população onde a mineração está, seja a classe trabalhadora que trabalha nas mineradoras. Lá em Minas Gerais tivemos uma experiência a partir do crime da Vale, Samarco e BHP.
Dos 13 trabalhadores mortos na Barragem de Fundão, 12 eram terceirizados. Então é importante discutir a condição desse trabalhador que na sua maioria é terceirizada.
Quando as mineradoras querem aumentar sua taxa de lucros, eles diminuem por exemplo os investimentos em segurança operacional, que foi o caso da Samarco em Minas Gerais, negligenciando direitos essenciais. As mineradoras são recordes de ações na justiça do trabalho onde elas atuam.
E a importância desse Encontro Nacional do MAM?
Esse encontro é fenomenal, por que ele é uma resposta concreta à todo esse esquema do poder econômico de exploração predatória dos nossos minérios.
Se a gente não reunir e pensar táticas de enfrentamento a esse modelo, para além de nós mesmos, ou seja, que leve um enfrentamento na sociedade, a gente não vai conseguir desmascarar esse grande poder que as mineradoras possuem. Por que além do poder econômico elas têm uma capacidade incrível de fazer um movimento centrípeto, um movimento que a sociedade gira em torno da mineração, e uma mineração predatória. O MAM está de parabéns, é preciso discutir esse modelo e discutir fundamentalmente a nossa soberania.
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