O tamanho do estrago do Rio Doce causado pelo maior crime socioambiental no Brasil ainda segue sem ser mensurado em sua real dimensão.
Entretanto, por pressão de movimentos sociais, famílias atingidas pelo crime, pescadores, indígenas, camponeses, enfim todos aqueles que deixaram de viver normalmente após o rompimento da barragem de fundão em Mariana (MG), fez com que Vale e a BHP Billiton logo após o ocorrido, criasse uma entidade fantoche para responder pelo crime de ambas.
Desde então, a Fundação Renova, tem operado em vários campos para persuadir uma situação de resolução ao acontecido que não tem sido real.
Entre essas “ações” da Renova estão, a cooptação junto às universidades para “pesquisar” o grau de destruição do Rio Doce pelo mar de lama que o afogou.
A mais recente instituição a entrar na teia da fantoche Renova é a Universidade Federal do Rio Grande- FURG. No dia 31 de julho a Universidade Federal do Rio Grande – FURG, por meio da Fundação de Apoio a Universidade Federal do Rio Grande – FAURG, assinou o convênio com a Fundação Espírito Santense de Tecnologia – FEST, instituição jurídica de direito privado que possui acordo de cooperação técnica com a Fundação Renova.
O projeto de pesquisa denominado Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática da Área Ambiental I, utiliza a FEST, que subcontrata a FAURG, que utiliza a estruturas e profissionais concursados e estudantes para realização de monitoramento ecotoxicológico dos impactos causados pela lama oriunda do rompimento da barragem em regiões estuarinas e marinhas; e monitoramento de mamíferos, tartarugas e aves marinhas associados à foz do Rio Doce.
O acordo prevê o repasse de R$ 15.842.042,72 para a FAURG, sendo prevista a adequação de espaço físico, bolsas, diárias, equipamentos, materiais de consumo, serviços importados e terceirizados.
Uma gama de recursos humanos e materiais para atuar em sigilo sobre as informações adquiridas na pesquisa sobre o grau de contaminação do Rio Doce.
Isso porque, a autonomia dos pesquisadores é estritamente limitada, pois na clausula de confidencialidade, a Anuente (FURG), se comprometem a manter completo sigilo sobre as informações confidenciais da FEST e/ou de seus mantenedores (leia-se Fundação Renova, Samarco, BHP e Vale), como também, num dos itens do convênio orienta-se: não revelar, divulgar, disseminar, publicar, transferir, ceder, licenciar ou conceder acesso a informações confidenciais, direita ou indiretamente, sem o prévio consentimento por escrito da FEST.
Todas as pesquisas envoltas a tamanho crime ambiental deve ser apoiada desde que respalde em melhorias à sociedade e não em grau de sigilo que não elucide sobre a verdadeira destruição do Rio Doce e sua sequente recuperação.
A Renova, não pode se sobrepor a uma instituição pública e aparelha- lá para produzir laudos que não tenham real função social, mas apenas dados sob sigilo, para que Vale e Bhp Billiton possa manipulá-los conforme as premissas que não deturpem suas imagens.
Por um país soberano e sério, contra o saque dos nossos minérios!
Movimento Pela Soberania Popular na Mineração – MAM
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