A lógica das relações sociais fundamental neste momento histórico é a produção e reprodução incessante de capital. O objetivo fundamental do capital é a transformação de todas as relações em mercadoria. Esse é o valor universal. É dentro deste aspecto que o capital mineral estrutura as suas relações. As relações especificas do capital mineral é sua profunda lógica destrutiva da vida, tendo como base a força de trabalho e a natureza, e por consequência todas as relações que estão no seu satélite.
Estamos numa conjuntura de profunda crise do capital, essa crise se materializa numa profunda crise econômica, política, social e ambiental. Como consequências ou relação potencial para o aprofundamento dessas crises, estamos em meio a uma profunda crise sanitária, comparada por muitos somente com a gripe espanhola há um século atrás (1918-1920).
É diante essa barbárie que se encontra a humanidade, sendo no nosso caso, numa economia de país periférico governada por um psicopata de concepção política fascista, um agravante sem precedentes histórico. Na mineração, temos um modelo mineral de caráter dependente, numa lógica de profunda exploração predatória, onde sua face trágica se repete nas formas mais perversas contra a vida, enquanto necessidade incessante deste capital dar resposta a profunda crise.
Não é fortuito a reprodução dos escândalos praticados pelas mineradoras, como já denunciamos a respeito de práticas inconsequentes destas com os trabalhadores e comunidades neste momento de profunda gravidade para o povo brasileiro.
A recessão econômica já anunciada há muito tempo por diversos especialistas, se aprofunda e acelera o seu tempo histórico. Os impactos de uma nova crise econômica com o agravante da crise sanitária, levará a uma quebradeira generalizada de bancos e sistemas financeiros. Um dos mecanismos de salvaguarda do sistema será o aprofundamento ainda mais perverso da lógica de exploração da natureza.
Os minérios adquirem neste caso valiosidade extraordinária, em primeiro lugar, pois, na disputa da geopolítica cabe aos que detém o controle econômico sobre os minérios papel fundamental na corrida pela revolução 4.0. Associado a isso, a disputa no xadrez da política que só tende a se intensificar, com destaque para a China e Russia X Estados Unidos da Améria e os históricos países aliados da OTAM, abrindo precedentes para a materialização de um conflito aberto. Relação que exigirá ainda mais minério para atender a indústria armamentista, como também reserva para o uso na reconstrução necessária em decorrência dos impactos em caso da materialização de um conflito deste tipo.
Neste contexto, há uma necessidade por parte do capital mineral em fortalecer o controle e a exploração dos minérios no continente Americano e Africano. E são bem nestes territórios que o capital mineral, mesmo diante a grave crise sanitária, mantém em funcionamento as suas estruturas de exploração e logística mineral colocando em risco o conjunto da população. Somente a título de exemplo, no Brasil, a Vale, mantém a sua cadeia de produção funcionando a todo vapor, colocando os trabalhadores em risco e exposto a transmissão do vírus. Mas, este fato não é um caso isolado da Vale, até onde não existe ainda a exploração mineral, como no caso da Bahia com o projeto de construção da Ferrovia de Integração Oeste Leste – FIOL segue em cursos as obras mantendo aglomerado um conjunto de trabalhadores de cidades distintas, colocando em risco comunidades locais do interior que ainda não há casos de contaminação pelo vírus, como por exemplo, municípios do interior da Bahia.
Neste casos, o capital mineral vai na contramão das ordens da Organização Mundial de Saúde – OMS, pois, precisa garantir as condições de lastro de rentabilidade do capital.
No caso da nossa estruturação econômica que somente amplia as suas bases de cunho reprimarizante e por isso dependente das exportações de matéria prima, aprofunda e naturaliza barbáries supracitadas. Relação que se intensifica diante uma política deliberada neoliberal que acelera o curso da desindustrialização e submissão da nossa economia aos países centrais. Associado e por consequência um ataque a ciência e tecnologia, com o objetivo de garantir uma qualidade superior da nossa dependência.
Essa estrutura impõe ao povo brasileiro ainda mais vulnerabilidade para o ataque brutal do capital mineral a natureza constituindo relação ainda mais suscetível a disseminação de epidemias pela desregulação do metabolismo natural, como nos casos dos estudos causais já apontados na relação das tragédias criminosas em Mariana e Brumadinho com doenças locais . Sem mencionar que para o capital mineral se instalar precisa expulsar milhares de camponeses/as para a aglomerar nas periferias brasileiras, ampliando o poder de disseminação e contaminação de epidemias e pandemias como essas.
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Beniezio Carvalho é da coordenação nacional do MAM
Por um País Soberano e Sério, Contra o Saque dos nossos minérios!
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