Com dezenas de mortes e mais de uma centena de contaminados pela Covid-19 no setor mineral, a Vale concentra o maior número de trabalhadores infectados pela doença.
A Vale, que concentra suas atividades nos estados de Minas Gerais e Pará, é uma das empresas mineradoras beneficiadas com o Decreto Presidencial 10.282 que inclui a mineração como atividade essencial. A consequência dessa ação genocida do Governo Bolsonaro e da continuidade das operações pelas mineradoras é o crescente número de casos confirmados nos municípios minerados e dezenas de trabalhadores da mineração que perderam suas vidas em razão da contaminação com a Covid-19.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (11), o prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil, alertou que a capital mineira está se tornando um importador de pacientes doentes por Covid-19.
“A Secretaria de Saúde vai entrar em contato com a Anvisa porque parece que a Vale resolveu realmente que Minas Gerais é o cemitério preferido dela, a maioria vem de Carajás, no Pará, onde está a maior exploração do Brasil e do minério. Tem de avisar a Vale que aqui não é cemitério não”, denunciou Kalil.
A denúncia do Prefeito de Belo Horizonte se refere a transferências de trabalhadores possivelmente infectados com a Covid-19 para a capital mineira. A Vale tem realizado uma ostensiva campanha publicitária anunciando doações para o combate ao coronavírus, porém o que ela tenta esconder é que estes valores são irrisórios se comparados com o lucro da empresa neste primeiro trimestre de 2020, que mesmo em período de pandemia e isolamento social foi superior a R$ 1 bilhão.
Além de historicamente ceifar centenas de vidas e transformar Minas Gerais em seu “cemitério preferido”, parafraseando o Prefeito de BH, a Vale também é uma exímia devedora dos cofres públicos, são mais de 70 bilhões de reais em evasão de divisas e uma dívida com a União de mais de R$ 40 bilhões.
Apesar das intensas propagandas, a Vale é uma das principais responsáveis pela rápida propagação do coronavírus no Brasil. A continuidade das operações minerárias coloca em risco a vida de trabalhadores, comunidades e de todos os municípios minerados. Por isso, reforça a urgência da necessidade da suspensão das atividades de mineração com a garantia do emprego aos trabalhadores do setor.
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