Campanha Periferia Viva tem o objetivo de doar alimentos saudáveis para famílias em situação de vulnerabilidade social nas cidades, ao mesmo tempo em que fortalece a agricultura familiar auxiliando no escoamento da sua produção

Neste primeiro fim de semana de julho foi realizada a primeira entrega da campanha na região, que aconteceu na cidade de Teixeiras. Foram 50 kits com 20 produtos entregues para 33 famílias e para o Lar São Vicente, que abriga idosos. A entrega foi realizada em parceria com a Sociedade São Vicente de Paula da cidade de Teixeiras, que indicou as famílias e organizou a logística da distribuição. Já na segunda-feira, foi a vez da campanha acontecer na cidade de Simonésia, na região do Caparaó. Foram oito famílias e também o Lar dos Idosos da região que foram atendidos. Mais 500 kg de alimentos estão previstos para serem entregues na próxima terça-feira (14), na região da Serra do Brigadeiro, também na Zona da Mata.

Essa foi a primeira de uma série de três entregas que acontecerão ainda esse mês na cidade. De acordo com Rosilene Pires, integrante do MAM e uma das coordenadoras da campanha Periferia Viva na região, a entrega foi um sucesso. “Conseguimos comprar quase mil reais em produtos. Isso é renda para o agricultor e para a agricultora, além de alimento para as famílias que estão passando necessidade na cidade”, pontua, e complementa convidando organizações e a sociedade civil como um todo a integrarem campanhas de solidariedade, principalmente em plena pandemia mundial: “precisamos que as pessoas e organizações continuem doando para que possamos continuar fazendo essa aliança entre o campo e a cidade acontecer”.

Na Zona da Mata de Minas Gerais, essa situação se agrava. A agricultura e a pecuária de base familiar é o que sustenta, em grande medida, a economia dos pequenos municípios da região. Muitas dessas famílias trabalham com princípios da Agroecologia, produzindo alimentos saudáveis e sem veneno, tanto que a região se tornou Polo Agroecológico e de Produção Orgânica do estado de Minas Gerais.

Diante dessa realidade, diversas organizações sociais do campo e da cidade se uniram para promover a Campanha Periferia Viva na Zona da Mata de Minas Gerais. Dentre elas estão o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), o Quem Luta Educa da Microrregião de Viçosa (articulação de diversos movimentos e sindicatos de Viçosa e região), a Pastoral da Juventude Rural (PJR), diversas redes e articulações do movimento agroecológico, dentre outros.

A campanha consiste em arrecadar recursos financeiros de pessoas e entidades dispostas a contribuir, criando assim um fundo que é utilizado para a compra dos alimentos da agricultura familiar. Os alimentos são organizados em kits e doados às famílias em situação de vulnerabilidade social, previamente cadastradas. Mas ela não para por aí: a campanha vem também para fazer um debate com a sociedade sobre a importância, neste momento, de ações de solidariedade que não sejam simplesmente assistencialistas. Elas trazem, também, uma reflexão sobre como podemos, enquanto sociedade, nos recuperar dessa crise.

Na Zona da Mata de MG, por exemplo, fica claro que a solução para essa crise passa pelo investimento na agricultura familiar agroecológica. Porém, o que se vê é o contrário. É a tentativa de avanço da mineração sobre as áreas de produção de alimentos na região de Teixeiras/Pedra do Anta, região da Serra do Brigadeiro e na região do Caparaó. É por esse motivo que a campanha foca suas ações nesses territórios, pois no conflito entre agricultura familiar e mineração:

“Se o campo não roça, a cidade não almoça!” 

“Se o campo não planta, a cidade não janta!”

O Periferia Viva é uma iniciativa nacional desenvolvida pelo campo dos movimentos populares, sindicatos e pastorais que, historicamente, defenderam um projeto de país construído a partir do povo, ou seja, um projeto popular para o Brasil construído pelo povo pobre do campo e da cidade. Diante da pandemia da Covid-19, a crise econômica agravou-se conduzindo milhões de famílias para a miséria extrema sem ter nem o que comer. Da mesma forma, agricultores e agricultoras familiares de todo o país se vêem com dificuldades para vender sua produção, uma vez que as feiras e escolas (seus principais compradores) não estão funcionando por conta do isolamento social.

A Campanha Periferia Viva na Zona da Mata tem previsão de seguir nos próximos meses com entregas quinzenais ou mensais fortalecendo, de maneira permanente, a organização popular para enfrentar os desafios do atual momento sanitário e político em que o vive o Brasil.

COMO VOCÊ PODE FAZER PARTE?
Disponibilizamos abaixo duas contas para que você possa realizar depósito ou transferência e depois enviar o comprovante pelo WhatsApp para qualquer um dos três números de referência que seguem no fim desta matéria.

Contamos com a sua solidariedade e fraternidade! Só assim poderemos construir um novo mundo pós-pandemia!

BANCO DO BRASIL
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CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
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C.poupança: 100935-9
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Jean Carlos Martins Silva

CONTATOS DE REFERÊNCIA:
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Jean Carlos: (31) 9 7332-7830

– Microrregião de Muriaé:
Gisele Castro: (32) 9 9834-2502
Adrielly Ribeiro: (32) 9 8891-4790

– Microrregião de Manhuaçu:
Caroline Nunes: (33) 9 9824-4697

CAMPANHA PERIFERIA VIVA ZONA DA MATA
Solidariedade entre Campo e Cidade para Combater o Coronavírus