Na última terça-feira, 13 de outubro, foi realizada em Manhuaçu-MG uma reunião de diversas entidades com o objetivo de debater estratégias de enfrentamento à mineração de bauxita e de defesa da agricultura familiar na região. Dentre as entidades presentes estavam paróquias e comunidades cristãs, a Secretaria de Agricultura de Manhuaçu, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Manhuaçu entre outras.
A região do Caparaó, que tem como cidade-pólo a cidade de Manhuaçu, possui 22 municípios ameaçados pela mineração de bauxita, uma vez que estão com áreas abrangidas por direitos minerários pertencentes à empresa Mineração Curimbaba. A grande preocupação é que a mineração afetaria diretamente a base econômica da maioria desses municípios que é a agricultura familiar, principalmente a produção de café arábica, que gera milhares de empregos e injeta dinheiro na economia da região.
Além do café, destaca-se também as produções de alimentos em geral como grãos, hortaliças, legumes, leite entre outros, que seriam duramente afetadas com a degradação do solo e a perda de recursos hídricos.
Na cidade de Manhuaçu a grande preocupação dos moradores e do poder público é com o abastecimento de água, uma vez que o direito minerário da Curimbaba abrange a região do Manhuaçuzinho, Boa Esperança, Palmital e Taquara Preta, que é exatamente a caixa d’água do município.
Quais seriam as consequências para um município de mais de 100 mil habitantes se o seu principal manancial fosse degradado pela mineração?
Com toda essa riqueza ameaçada, as entidades representativas tem se organizado para buscar formas de tornar a região um território livre da mineração, ou seja, o reconhecimento do estado de que essa é uma região onde os bens ambientais e produtivos já existentes são mais importantes do que os bens minerais presentes no subsolo.
E com isso, o grito que tem ecoado da região do Caparaó é “Mineração, Aqui Não”!
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