Cerca de 200 pessoas na cidade Teixeiras, em Minas Gerais, realizaram um bloqueio de quase duas horas de duração das carretas de minério da empresa Zona da Mata Mineração (ZMM) e da empresa Romagran. O bloqueio ocorreu na tarde desta segunda-feira (11), impedindo a passagem de veículos pesados que cortam a área urbana de Teixeiras, Viçosa e Piranga, e que causam acidentes frequentes, estragos nas vias públicas, transtornos no trânsito além de barulho e poluição do ar.
O prefeito recém eleito, Nivaldo do Botafogo (PCdoB), e seu vice, Edmar, foram convocados para o ato e fizeram um pronunciamento de que a situação se resolverá em, no máximo, 30 dias. Segundo Jean Carlos, membro do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), a manifestação teve o objetivo de mandar um recado claro para as mineradoras de que não são elas que mandam na cidade.
Parte da população que esteve presente e se juntou à manifestação. Foto: Vinicius Vieira
“É a vontade do povo de Teixeiras que deve prevalecer. A população sabe que não terá paz enquanto desrespeitarem o direito dos teixeirenses”, afirma. A manifestação foi organizada por diversas instituições do município, além do MAM – a Associação dos Produtores Rurais de Teixeiras (ASPLAM), a Associação dos Moradores da Comunidade São Pedro, a Paróquia Santo Antônio de Teixeiras, o Levante Popular da Juventude e a Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese de Mariana.
A empresa ZMM promove a extração de um tipo de minério de ferro, a magnetita, na região que fica na divisa entre Teixeiras e Pedra do Anta, desde agosto de 2019. A empresa até possui um desvio por fora da cidade, porém o trecho apresenta péssimas condições durante o período chuvoso e as carretas acabam transitando por dentro da cidade. Já a Romagran extrai blocos de granito no município de Jequeri e, proibida de passar pela cidade, direciona o fluxo de suas carretas, junto à ZMM, que chegam a pesar até 50 toneladas, para dentro da cidade de Teixeiras, que não foi, por sua vez, projetada para o transporte de veículos deste porte.
Fila de carretas de magnetita e de granito paradas devido ao bloqueio. Foto: Vinicius Vieira
A ZMM afirmou que está fornecendo a manutenção necessária no desvio para retornar com o fluxo de carretas para lá e que dentro de 15 a 20 dias terminará a obra. No entanto, essa mesma promessa já foi feita à Câmara dos Vereadores de Teixeiras, de que após o mês de março de 2019, as carretas não trafegariam mais por dentro da cidade. Quase um ano depois, a situação permanece.
Após diversas acusações à Casa Legislativa e à gestão anterior da Prefeitura do município, que não tomou nenhuma medida a favor da população, os manifestantes, aos gritos de “FORA, CARRETAS, MINÉRIO!” prometeram seguir realizando ações desse tipo caso o problema não seja solucionado dentro do prazo prometido.
Panfleto distribuído na manifestação para informar a população os objetivos da ação. Foto: Vinicius Vieira
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