Garimpo causa mais um ato violento contra povos indígenas no Pará
*Por Coletivo de Comunicação MAM-PA
O escritório formado pela Associação das Mulheres Indígenas Munduruku Wakoborũn, Associação Da’uk, Associação Arikico, Movimento Munduruku Ipereg Ayu e CIMAT sofreu, na última quinta-feira (25), uma ação de depredação e saqueamento em seu espaço físico. O ato foi orquestrado por garimpeiros ilegais e representantes de uma minoria indígena cooptada, que seria favorável ao garimpo.
“Essas ações são fruto da cooptação pelos garimpeiros, empresários, e que contam com a ajuda de advogados que trabalham com esses empresários para garimpar terra indígena”, explica o comunicado da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn. A lógica do garimpo é baseada no uso de trabalhadores que já vem de outros municípios ou estados distantes e que são usados por empresários da região para a atividade, ferindo direitos dos povos e populações tradicionais.
Como a Associação é fruto dessa aliança que tem como objetivo construir a luta do povo Munduruku, os garimpeiros constroem estratégias para destruir o que está na frente de seus interesses, que no caso, é a extração sem regulamentação de minérios, especificamente o ouro da região.
Leia a nota na íntegra:
Jacareacanga, 25 de março de 2021
Nós da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn, Associação Da’uk, Associação Arikico, Movimento Munduruku Ipereg Ayu e CIMAT nos organizamos desde a nossa assembleia de resistência em dezembro de 2020 e alugamos um escritório coletivo para atender os caciques, cacicas, lideranças, guerreiras e guerreiros do nosso povo.
Hoje, em manifestação do pequeno grupo de Munduruku favorável ao garimpo, junto com os demais bandidos pariwat invasores da nossa terra, queimaram nosso escritório – depredaram todos nosso documentos e equipamentos coletivos. Eles já vinham anunciando que iam fazer isso e o poder público local e os demais órgãos competentes nada fizeram para manter a nossa segurança.
Estamos gritando tem dia, pedindo para que as forças policiais ajam sobre esse grupo de criminosos que querem devastar nosso território e que ameaçam a nossa própria vida e integridade.
Exigimos que com urgência algo possa ser feito. Todos sabem quem são os envolvidos, denunciamos a todos os órgãos que deveriam estar colaborando com os povos indígenas.
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