Por Ananda Ridart, da página do MAM
Mesmo após seis anos do crime, a mineradora Samarco foi autorizada a voltar a operar na barragem de Fundão sem que o processo de reparação tenha sido finalizado. Para a Tatiana de Souza, a volta das atividades da Samarco deveria estar condicionada à reparação integral da população, que só poderia ocorrer com uma ampla participação popular.
“São seis anos em que o crime continua, o desastre não se iniciou no colapso da barragem, se iniciou na chegada da mineradora no território causando danos. A ruptura da barragem foi a ápice e o desastre tem continuado. O crime de Mariana passa um recado muito ruim para os Direitos Humanos e para a proteção da natureza no Brasil, de que o crime compensa para as mineradoras”, comenta a advogada.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) quer conduzir a repactuação do acordo de reparação pela tragédia de Mariana, semelhante ao que foi construído no caso de Brumadinho, outro crime da Vale ocorrido em 25 de janeiro de 2019, que vitimou 272 pessoas. Acredita-se que o documento seja assinado até fevereiro de 2022, quatro meses em atraso, já que estava previsto para ser assinado em outubro deste ano.
“A espera da reparação mata muito mais que o rompimento da barragem. Tem seis anos e ainda estamos lutando por reparação. Nós não temos nada na área da saúde, nenhum direito garantido e nenhum medicamento, continuamos vivendo em cima de rejeitos tóxicos. Para as mineradoras, matar sai mais barato do que fazer a reparação, então eles preferem matar, porque a vida vale menos que um pedaço de minério. É muito difícil esse processo, são seis dolorosos anos e ainda estou falando sobre isso. Não houve justiça em nenhum momento. O nome “Renova” tem tudo a ver, porque é como se o crime fosse renovado todos os anos”, finaliza Simone.
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