Marabá(PA) – A espera pela passagem do trem da Vale S.A levando minério de ferro pode levar até 15 minutos – Alexandra Duarte (tramateia.pro)

 

Por Marcio Zonta

 

Destas questões, pela saúde e pela economia amazônica e por síntese, paraense, é uma imposição de fora para dentro, alheia e estranha ao seu povo, tanto num sentido nacional centro – sul, quanto no ritmo de despossessão internacional. A grosso modo, são combatidos todas formas econômicas que tem a verve paraense baseada na natureza, ou seja, aquelas que pertencem a pluralidade cultural de seu povo e que teria harmonia com a floresta.,

Sobressaem a essa cultura regional econômica, pelo menos nos últimos 60 anos, com um estado de exceção implantado pelos militares e a famigerada elite brasileiro anti povo; a colonização e acentuação da exploração de comodities minerais e agrícolas regida pela força opressora do Estado, nas novas leis (exceção) e na dominação territorial.

A mineração e o agronegócio estão engendrados numa mesma lógica. Dos investimentos da mineração previstos até 2027 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração -IBRAM, o maior volume será direcionado ao minério de ferro: US$ 17 bilhões, ou 24% a mais do que no período anterior (2022-2027); o cobre receberá US$ 4,5 bilhões (255% a mais); o níquel receberá US$ 2,3 bilhões (60% a mais). Ouro terá decréscimo: US$ 2,8 bilhões (-2%); idem para bauxita que receberá investimentos de US$ 5 bilhões (-11%); minérios de fertilizantes, que receberão US$ 5,2 bilhões (-9%); zinco, que receberá US$ 113 milhões (-53%). Investimentos em logística totalizarão até 2027 US$ 4,4 bilhões

A maioria dos minerais citados acimas, são retirados em bastante volume no Pará, caso do Ferro, Cobre, Níquel e Bauxita…Por isso, na divulgação, o IBRAM, informa que o Pará será um dos mais contemplados pelos investimentos do setor, US$ 13,9 bilhões, seguidos por Minas Gerais: US$ 11,44 bilhões e Bahia: US$ 10,24 bilhões.

Minérios in natura, que além de agudizar as desigualdades, leva nosso projeto nacional (Ciência, tecnologia, inteligência profissional, indústria mineral, desenvolvimento econômico…) a se realizar em outra parte do globo, nesse caso, a China.

A agronegócio envenenador vem casado com esse projeto mineral in natura. Entre as culturas agrícolas, a produção de soja e milho teve crescimento em 2022; 11,7% e 19,2%, respectivamente. A pesquisa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), mostra que a safra de soja aumentou de 2,497 milhões de toneladas de 2021 para 2,790 milhões de toneladas em 2022.

Os dados indicam que também houve um avanço no número de área plantada. O Pará conta atualmente com 1,5 milhão de hectares de plantio, cerca de 10% a mais do que na última safra, quando a área produtiva era de 1,3 milhão de hectares. Essas áreas não param de crescer e desestabilizar e vulnerabilizar territórios.

 

Movimento pela Soberania Popular na Mineração

 

Matéria originalmente publicada no Jornal resistência – Sociedade paraense de defesa dos direitos humanos